As estimativas de sobrevida e complicações apresentadas são baseadas em um artigo publicado com dados de maternidades nos Estados Unidos. Variações destes números podem acontecer em diferentes maternidades de acordo com a experiência da UTI neonatal. Todas as estimativas devem ser confirmadas por um médico capacitado antes do seu uso clínico. Os resultados sugeridos não substituem o julgamento clínico. A Fetalmed, nem qualquer outra parte envolvida na preparação ou publicação deste site não se responsabiliza por quaisquer danos ou consequências advindas do uso deste material.
Muitas vezes nos deparamos com essa pergunta, em especial quando existem sinais de que o parto pode acontecer prematuramente em função da presença de contrações ou de algum problema médico que indique a interrupção precoce da gravidez. É importante salientar que a idade gestacional deve ser contata em semanas.
Para ajudar a responder essa pergunta oferecemos a calculadora acima. Para ter uma idéia da chance de sobrevida e complicações basta colocar a idade gestacional e calcular os possíveis desfechos. Entretanto é importante salientar que os valores apresentados são resultado de um estudo e não necessariamente são garantia de uma situação futura.
Consideramos termo (ou seja, época certa para o parto) entre 37 e 42 semanas. Ou seja, entre 258 a 293 dias. Quando o bebê nasce até 36 semanas e 6 dias ele é considerado prematuro. Por outro lado, o bebê que nasce acima de 42 semanas de gestação é chamado de pós-maturo.
É importante ressaltar que essas datas são convenções feitas com base em estatísticas de duração da gestação. Mesmo sendo prematuro, os bebês que nascem após 34 semanas tem uma boa chance de sobrevida com uma baixa incidência de complicações. Para saber a sua idade gestacional você pode usar a nossa calculadora de idade gestacional.
As principais complicações do recém-nascido prematuro são de ordem respiratória, infecciosa e neurológica. Veremos abaixo um pouco das complicações que a calculadora avalia.
A Síndrome da Agústia Respiratória do Recém-Nascido (SAR ou SARRN) era conhecida antigamente por Doença da Membrana Hialina. É um problema que ocorre quase que exclusivamente em recém-nascidos prematuros. Quanto mais longe do termo, maior a chance de desenvolver SAR. Ela geralmente se desenvolve nas primeiras 24 horas após o parto. É caracterizada por uma respiração rápida e superficial. É possível muitas vezes observar também a retração muscular entre as costelas durante a inspiração. Isto ocorre devido a excessiva pressão negativa dentro dos pulmões para tentar expandi-los.
Quando o pulmão do bebê está maduro, ele produz uma substância chamada surfactante pulmonar. Esse surfactante diminui a tensão da superfície do filme aquoso que forra os alvéolos e, portanto, diminui a tendência dos alvéolos de colabar. O tratamento para a SAR consiste na administração de surfactante exógeno. A SAR também pode ser previnida pela administração de corticoide pré-natal.
Outra complicação que pode acontecer em bebês prematuros é a enterocolite necrosante. Ela é um processo inflamatório que ocorre na superfície interna do intestino do bebê, podendo levar a infecção por bactérias e leva a necrose. A causa da enterocolite não é bem estabelecida e parede estar relacionada com a redução da saturação de oxigênio e redução do fluxo de sangue para o intestino que ocorre no recém-nascido prematuro. O tratamento é cirúrgico e a prevenção para este problema também pode ser feita com a administração pré-natal de corticóides.
Em recém-nascidos prematuros, em função da imaturidade das estruturas cerebrais, também há uma incidência maior de sangramentos (hemorragias). Isto ocorre mais comumente numa região chamada matriz germinativa, zona aonde ocorre elevada proliferação celular e vascular. A matriz germinativa tem seu pico de desenvolvimento até a 28ª semana de gestação, tendendo a desaparecer progressivamente a partir de então. As hemorragias são classificadas da seguinte forma:
Hemorragias de graus I e II são mais comuns, cerca de 75% dos casos, geralmente tem menos complicações. As de graus III e IV são mais graves e podem resultar em danos cerebrais crônicos, como dificuldades na aprendizagem, distúrbios mentais, visuais e auditivos, alteração no desenvolvimento da linguagem e do sistema motor, paralisia cerebral e alta mortalidade. A hidrocefalia pode ocorrer como complicação tardia em até 1/3 dos bebês com a hemorragia da prematuridade nas formas mais graves.