Diástase abdominal: o que é e como tratar

Se você percebeu um aumento no seu abdômen após a gestação pode ser uma diástase abdominal, veja aqui o que fazer.

Dr Rafael Bruns

Autor:

leitura 8min

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Diástase Abdominal

Não é nenhuma novidade que o corpo das mulheres passa por diversas transformações durante o período da gestação. Essas mudanças envolvem hormônios, alterações corporais e também emocionais. 

Vamos entender melhor uma dessas mudanças que pode ocorrer: a diástase abdominal.

Além disso, vamos aprender se existe algum tratamento ou maneira de prevenir esse quadro para que, caso aconteça com você, já saiba como lidar.

O que é diástase abdominal?

O músculo reto do abdome ou reto abdominal é um músculo presente verticalmente em cada lado da parede anterior do abdômen.

São dois músculos paralelos, que se unem na linha média do abdômen e são separados por uma faixa de tecido conjuntivo chamada linha alba (linha branca), a linha média do abdome.

Esquema de Diástase Abdominal

Esquema mostrando como é a musculatura abdominal antes da gestação, a diástase que ocorre por distensão do abdômen e o resultado no puerpério.

Em primeiro lugar, uma das alterações fisiológicas que costuma acontecer durante a gravidez é o afastamento da musculatura do abdômen, na sua linha média, juntamente com o tecido conjuntivo. Isto ocorre porque o útero precisa de espaço suficiente para se expandir. Dessa forma leva ao enfraquecimento da região e por vezes provoca saliências acima ou abaixo do umbigo.

Essa condição é chamada de diástase abdominal, com a sigla DMRA (diástase dos músculos retos abdominais) que acontece comumente durante ou após a gestação, mas pode ocorrer por outras causas como a obesidade abdominal ou múltiplas cirurgias abdominais.

Embora raramente, a diástase abdominal também pode estar presente desde o nascimento, sendo chamada de diástase abdominal congênita, e está muitas vezes relacionada ao nascimento prematuro pois os músculos abdominais podem não estar ainda completamente desenvolvidos e fechados.

É uma condição muito frequente em gestantes e puérperas e não é motivo de pânico ou desespero. Cerca de 60% das mulheres grávidas experimentam algum grau de diástase abdominal, já que é um período de expansão da região abdominal como consequência do crescimento do bebê.

Como identificar?

Sobretudo, os dois grandes sintomas da diástase abdominal são a flacidez da região abdominal e o aparecimento de dor na região lombar da coluna. O quadro geralmente aparece no período de puerpério ou entre seis e oito semanas após o parto. 

Geralmente, é considerada anormal uma separação maior de 1,5 a 2 cm. Ainda assim, é possível ter clínica evidente mesmo se a distância entre os retos é menor que 1,5 cm.

O diagnóstico pode ser feito pelo seu ginecologista ou por um cirurgião geral, através do exame físico com as manobras de semiflexão do tronco, avaliando a parede abdominal e a presença ou não de afastamento dos músculos abdominais, além da presença dos sintomas.

Após o exame físico o médico pode solicitar exames de imagem, como a ultrassonografia de parede abdominal para avaliar de forma mais detalhada os músculos abdominais e confirmar o diagnóstico da DMRA.

A tomografia computadorizada do abdômen determina com precisão a distância entre os retos e definir melhor a anatomia da parede abdominal.

Existem algumas condições que são fatores de risco para a diástase abdominal. Podemos citar, entre outras, a obesidade, uma gravidez de gêmeos e a produção de mais líquido amniótico do que o normal. Tudo isso acaba causando uma expansão do músculo além do esperado na gestação.

Gestações seguidas em um curto intervalo de tempo também aumentam as chances da mulher apresentar diástase abdominal, bem como uma vida sedentária após o parto ou mesmo antes cursando principalmente com fraqueza muscular e sedentarismo, além de obesidade.

Como prevenir

A Prevenção da diástase abdominal durante o pré-natal pode consistir da prática regular de atividades físicas com exercícios que fortaleçam a parede abdominal como o pilates e mantendo uma postura correta durante a gestação.

Exercícios para melhorar o IMC

Exercícios físicos regulares ajudam a reduzir o risco de uma diástase abdominal no puerpério.

Além disso, manter uma dieta saudável e equilibrada para evitar o ganho de peso excessivo. Mulheres que já tiveram diástase possuem chances maiores de desenvolver o problema em gestações futuras por isso é recomendável aguardar cerca de dois anos após a ocorrência para engravidar novamente.

Qual o tratamento?

A primeira iniciativa da mulher, em qualquer quadro de saúde, deve ser procurar um médico para avaliação. Somente um profissional de saúde é capaz de fornecer recomendações corretas para a melhor saúde da gestante e da mulher no pós parto. 

No caso específico da diástase abdominal, o que recomenda-se é a fisioterapia aliada a atividade física para diminuir a fraqueza abdominal. Igualmente a perda de peso caso o IMC esteja acima do ideal, aliado a uma avaliação nutricional. Em alguns casos existe a indicação de uma intervenção cirúrgica, a ser avaliada pelo profissional após o término da gestação e normalmente quando o desejo de gestações acabar. 

Se após 8 semanas do parto a mulher ainda tiver sinais de diástase, vários regimes de exercícios podem auxiliar na correção do problema. A maioria concentra-se no fortalecimento dos músculos retos abdominais.

Mas atenção, deve-se evitar fazer exercícios para “fechar a diástase” por conta própria. Alguns deles são contra-indicados e podem piorar o quadro. Isso inclui alguns tipos de abdominais, flexões, pranchas frontais e algumas posturas de ioga, que podem vir a agravar a separação no músculo reto abdominal.

Os exercícios ideais para minimizar os casos de diástase abdominal são específicos. O correto é praticar exercícios hipopressivos, que conseguem proporcionar maior fortalecimento dos músculos do reto abdominal.

Técnica Tupler

Uma aliada nesse contexto é a técnica Tuppler. Ela consiste em uma rotina de exercícios hipopressivos intervalados aliados à técnica de amarração do abdômen com cintas de compressão. 

Categorias: Dúvidas, Gestantes
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