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O HPV é um vírus transmitido em praticamente 95-98% das vezes por contato sexual podendo causar as verrugas genitais (conhecidas como “cristas de galo”), as lesões pré-cancerosas e o câncer de colo uterino. Estima-se que quase 75% da população mundial sexualmente ativa entrem em contato com um ou mais tipos de HPV durante a vida. No entanto, a grande maioria dessas infecções é eliminada pelo sistema imune, assim não são ocasionados sintomas no hospedeiro.
Como aparecem as verrugas genitais?
A contaminação ocorre pelo contato direto de pele com pele, pele com mucosa e por meio dos micro-traumatismos durante a relação sexual. O período de incubação desse vírus pode variar de duas semanas a nove meses e está relacionado com a competência imunológica do hospedeiro.
Geralmente é difícil determinar quando e de quem se adquiriu o HPV. Até o momento, mais de 120 tipos de HPV já foram descritos e são agrupado em:
- HPV cutaneotrópico: afetam áreas não genitais; inclui o HPV 1, 2, 3, 4 e 10; quase sempre associados a lesões verrucosas benignas da pele;
- HPV mucoso-genitotrópico: infecta especialmente a mucosa da genitália e pode acometer qualquer outra mucosa do organismo (oral, ocular e/ou respiratória) ; conhecem-se, até o momento, mais de 45 subtipos de HPV que infectam o trato genital humano.
O HPV mucoso-genitotrópico pode ainda ser classificado de acordo com sua capacidade de transformação tumoral:
- HPV de baixo risco (tipos 6, 11, 42, 43, 44), relacionados principalmente à verruga genital e lesões intra-epiteliais cervicais de baixo grau (inclui o NIC I e infecção por HPV). Raramente esses tipos virais estão associados a lesões pré-malignas e malignas do colo uterino;
- HPV de alto risco (tipos 16, 18, 26, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 53, 56, 58, 59, 66, 68, 73 e 82), freqüentemente associados às lesões intra-epiteliais cervicais de alto grau – lesões pré-cancerosas (inclui NIC II e NIC III) e tumores malignos do colo uterino.
O câncer do colo uterino é o único que tem 100% de cura desde que descoberto no início, ou seja, quando ainda está na fase de lesão pré-cancerosa. O importante é prevenir o contágio, através do uso regular de camisinha e o diagnóstico precoce das lesões HPV induzidas realizando periodicamente o seu Papanicolaou (preventivo) e caso esteja com alguma lesão (verruga ou lesões no colo uterino) acompanhar e/ou realizar o tratamento de acordo com o tipo de manifestação que ele esteja causando, mas, SEMPRE seguindo as orientações do seu médico.
Manifestações Clínicas do HPV e Exames de Diagnóstico
A infecção do trato genital inferior pelo HPV é dividida em 3 formas:
- Clínica – a forma identificável a olho nu; são os condilomas acuminados ou condilomatose, também chamados de verrugas genitais, popularmente conhecidos como “crista de galo”;
- Subclínica – tais alterações são identificáveis apenas através de magnificação (com lente de aumento – colposcopia) com aplicação de ácido acético a 2 ou 5%, assim, o diagnóstico é suspeito pelo Papaniclolaou e confirmado pela Biópsia (histologia);
- Latente – forma identificável pelo teste para HPV (Captura Híbrida) em indivíduos sem manifestação clínica e exame colposcópico normal. O HPV, não produz qualquer alteração tecidual. Não se sabe por quanto tempo a infecção latente pode persistir; alguns investigadores acreditam que por toda vida.
Estima-se que cerca de 1 a 2% dos adultos sexualmente ativos apresentem manifestações clínicas do HPV (condiloma acuminado), 4% possuem manifestação subclínica e 10% permaneçam com a forma latente. A maioria das infecções (81%) é eliminada naturalmente pelo sistema imunológico dos indivíduos infectados dentro de nove meses (71%) após o contágio, e no máximo em dois anos (11%). Durante tal período, pode ocorrer reinfecção ou recidiva de qualquer uma das três formas de manifestação causadas pelo HPV.
E como é a doença no homem?
Os homens podem não apresentar nenhum sintoma, porém, as manifestações clínicas mais comuns são as verrugas genitais (condilomatose) causadas principalmente, pelos subtipos 6 e 11 do vírus e também adquirir os subtipos considerados de alto risco (16 e 18) que podem causar lesões pré-cancerosas e câncer de pênis como o de região ano-retal.
Fatores de Risco
Mulheres que apresentam os seguintes fatores considerados de risco como: o fumo, o uso de anticoncepcional hormonal prolongado, multiparidade (acima de 3 gestações), promiscuidade, início precoce da atividade sexual, presença e/ou antecedente de doença sexualmente transmissível (DST), deficiência do sistema imunológico (por doença ou por uso de medicamento), deficiências nutricionais, higiene íntima inadequada, e a infreqüência de exames ginecológicos têm uma maior chance de desenvolver as lesões do colo uterino e também a condilomatose.
Durante a gravidez em decorrência diminuição fisiológica da imunidade, as lesões causadas pelo HPV podem aumentar mais rapidamente de tamanho, principalmente as verrugas, além de reaparecerem com maior freqüência mesmo após tratamento. Entretanto, não interfere com a fertilidade e nem impossibilita o parto vaginal. Raramente o vírus é transmitido da mãe para a criança e, quando isso acontece, caso extremamente incomum, os subtipos 6 e 11 podem ocasionar verrugas na laringe do bebê conhecidas como papiloma de laringe.
Tratamento da Verruga Genital e Prevenção
Ainda não existe uma medicação específica para o HPV. As lesões podem ser tratadas de várias formas, dependendo do tipo de lesão e do local acometidos. Hoje já estão sendo comercializadas 2 vacinas anti-HPV para os subtipos mais freqüentes. A vacina bivalente (para os subtipos 16 e 18) e a quadrivalente (para os subtipos 6, 11, 16 e 18). São recomendadas para imunização de mulheres entre 11 e 26 anos e de preferência que ainda não tenham iniciado suas relações sexuais.
É importante salientar que o rastreamento tradicional com o exame de Papanicolaou não deve ser abandonado, pois, detectará infecção produzida pelos subtipos de HPV não incluídos nas vacinas e para os casos em que a vacina não apresente a eficácia desejada.
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