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A progesterona é essencial para a manutenção da gravidez. Vários pequenos estudos sugeriram que a suplementação com progesterona pode reduzir o risco de aborto espontâneo em mulheres com aborto recorrente ou ameaça de aborto. Estudos também já demonstraram que a progesterona é eficaz para reduzir partos prematuros.
A Cochrane Reviews resumiu as evidências e descobriu que os ensaios eram pequenos, com fragilidades metodológicas substanciais. Desde então, os efeitos do uso de progesterona micronizada vaginal no primeiro trimestre foram avaliados em 2 grandes ensaios multicêntricos de alta qualidade, controlados com placebo, um voltado para mulheres com abortos recorrentes inexplicáveis (o estudo PROMISE [PROgesterone in recurrent MIScarriagE]) e a outro voltado para mulheres com sangramento precoce na gravidez (o estudo PRISM [PRogesterone In Spontaneous Miscarriage]).
Estudos sobre Progesterona na Ameaça de Aborto
O estudo PROMISE estudou 836 mulheres de 45 hospitais no Reino Unido e na Holanda. Encontrou uma taxa de nascidos vivos 3% maior com progesterona, mas com incerteza estatística substancial. O estudo PRISM estudou 4153 mulheres de 48 hospitais no Reino Unido e encontrou uma taxa de nascidos vivos 3% maior com progesterona. Entretanto o valor de P foi de de 0,08, portanto considerado sem evidência estatística.
Uma descoberta importante, observada pela primeira vez no estudo PROMISE e depois replicada no estudo PRISM. O tratamento com progesterona vaginal micronizada 400 mg duas vezes ao dia estava associado ao aumento das taxas de nascidos vivos de acordo com o número de abortos anteriores.
A análise do subgrupo do estudo PRISM em mulheres com dois fatores de risco de aborto(s) anterior(es) e sangramento na gravidez atual preencheu todas as 11 condições para uma análise confiável. Para o subgrupo de mulheres com histórico de 1 ou mais aborto(s) e sangramento na gravidez atual, a taxa de nascimentos vivos foi de 75% (689/914) com progesterona vs 70% (619/886) com placebo (diferença de taxa de 5% ; risco relativo de 1,09, intervalo de confiança de 95%, 1,03–1,15; P = 0,003).
O benefício foi maior para o subgrupo de mulheres com 3 ou mais abortos anteriores e sangramento na gravidez atual; a taxa de nascidos vivos foi de 72% (98/137) com progesterona vs 57% (85/148) com placebo (diferença de 15%; risco relativo de 1,28, intervalo de confiança de 95%, 1,08-1,51; P = 0,004). Não foram identificadas preocupações de segurança a curto prazo nos ensaios PROMISE e PRISM.
Qual grupo pode ter benefício da progesterona na ameaça de aborto?
Portanto, as mulheres com histórico de aborto espontâneo que apresentam sangramento no início da gravidez podem se beneficiar do uso de progesterona micronizada vaginal 400 mg duas vezes ao dia. As mulheres e seus médicos devem usar os resultados para a tomada de decisões compartilhada.
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