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A Restrição de Crescimento Intra-Uterino (RCIU) é uma condição em que o feto tem peso menor do que deveria, porque não está crescendo conforme deveria dentro do útero.
Frequentemente o atraso no crescimento coloca o bebê em risco de certos problemas de saúde durante a gravidez, parto e após o nascimento. Eles incluem:
- Baixo peso ao nascer
- Sofrimento fetal durante o trabalho de parto e parto vaginal
- Diminuição dos níveis de oxigênio
- Hipoglicemia (baixa de açúcar no sangue)
- Baixa resistência à infecção
- Baixos escores de Apgar (avaliação aplicada imediatamente após o nascimento para avaliar a condição física do recém-nascido e determinar a necessidade de cuidados médicos especiais)
- Aspiração de mecônio (material evacuado pelo feto), que pode levar a problemas respiratórios
- Problema na manutenção da temperatura corporal
- Contagem anormalmente alta de glóbulos vermelhos (policitemia)
- Nos casos mais graves, a RCIU pode levar ao óbito.
Da mesma forma, a restrição de crescimento intra-uterino também pode causar problemas de crescimento a longo prazo.
Causas da restrição de crescimento intra-uterino
A restrição de crescimento intra-uterino tem várias causas diferentes. Uma causa comum é a insuficiência placentária. Uma vez que a placenta é o tecido que une a mãe e o feto, ela transporta oxigênio e nutrientes para o bebê e permite também a passagem de resíduos do bebê para a circulação da mãe.
Além disso, a RCIU também pode ocorrer como resultado de certos problemas de saúde na mãe, como:
- Diabetes avançado
- Pressão alta ou doença cardíaca
- Infecções como rubéola, citomegalovírus, toxoplasmose e sífilis
- Doença renal ou doença pulmonar
- Desnutrição ou anemia
- Anemia falciforme
- Fumar, beber álcool ou abusar de drogas
- Outras possíveis causas fetais incluem defeitos cromossômicos no bebê ou gestação múltipla (gêmeos, trigêmeos ou mais).
Sintomas da Restrição de Crescimento Intra-Uterino
A principal manifestação da RCIU é um feto pequeno para a idade gestacional. Às vezes isto pode ser identificado na consulta de pré-natal, simplesmente por meio da medida da altura uterina, ou durante um exame de ultrassom quando o peso estimado do feto está abaixo do percentil 10. Leia o post “O que é o percentil fetal” para entender tudo sobre como o percentil é utilizado para dizer se o bebê é pequeno.
Dependendo da causa da RCIU, o bebê pode ficar pequeno em todo o corpo proporcionalmente ou apresentar uma redução maior do abdômen, parecendo mais desnutrido. Dessa forma ele pode ser magro e pálido e ter pele seca e solta. Igualmente o cordão umbilical é muitas vezes fino e opaco, em vez de espesso e brilhante como normalmente se espera.
Entretanto, nem todos os bebês que nascem pequenos têm restrição de crescimento intra-uterino. Em contrapartida uma parte da população é naturalmente pequena sem que nenhum problema esteja impedindo o seu crescimento.
Diagnóstico de Restrição de Crescimento Intra-Uterino
Os médicos têm muitas maneiras de estimar o tamanho dos bebês durante a gravidez. Um dos mais simples e comuns é medir a distância do fundo do útero da mãe até a pube. Após a 20ª semana de gestação, a medida em centímetros geralmente corresponde ao número de semanas de gestação. Logo uma medida abaixo do esperado pode indicar que o bebê não está crescendo como deveria.
Outro método para verificar o crescimento fetal é a ultrassonografia. Com o intuito de teimar o peso fetal, o ultrassom pode ser usado para medir a cabeça, o abdome e o fêmur do bebê. Com estas medidas o médico pode estimar o peso do bebê e comparar o valor encontrado com curvas de referência. O ultrassom também pode ser usado para determinar a quantidade de líquido amniótico que está no útero. Uma baixa quantidade de líquido amniótico poderia sugerir uma restrição de crescimento intra-uterino.
Além do exame de ultrassom de rotina, o seu médico poderá também solicitar uma avaliação dopplerfluxométrica. O fluxo Doppler é uma técnica que utiliza ondas sonoras para medir a quantidade e a velocidade do fluxo sanguíneo dentro dos vasos sanguíneos. Os médicos podem usar este teste para verificar o fluxo de sangue no cordão umbilical e vasos no cérebro do bebê.
Existe inclusive uma classificação com diferentes estágios da restrição de crescimento. Essa classificação é utilizada por alguns médicos inclusive para determinar a conduta de acordo com cada caso.
Tratamento da Restrição de Crescimento Intra-Uterino
Não existe tratamento específico para a restrição de crescimento intra-uterino. Algumas drogas já foram avaliadas como um possível método de tratamento mas estudos não conseguiram mostrar vantagem na sua utilização.
O manejo desta condição é feito por meio da escolha do melhor momento para realizar o parto. O seu médico terá que avaliar o risco de continuar a gestação versus o risco de um parto prematuro. Além disso terá que decidir se é necessário usar corticóides para amadurecer os pulmões do bebê.
Embora a RCIU possa ocorrer mesmo quando a mãe está perfeitamente saudável, há coisas que as mães podem fazer para reduzir o risco de RCIU e aumentar as chances de uma gravidez saudável.
- Compareça a todas as consultas de pré-natal. Se acaso um problema for detectado, quanto antes você os trate melhor.
- Igualmente controle os movimentos do seu bebê. Visto que um bebê que não se move com frequência ou que pára de se movimentar pode ter algum problema. Se você notar alterações no movimento do seu bebê, informe o seu médico.
- Verifique se medicamentos que você usa são adequados para mulheres grávidas. Às vezes, uma medicação que uma mãe está tomando para outro problema de saúde pode levar a problemas com o feto.
- Tenha uma alimentação adequada. Certamente alimentos saudáveis e calorias adequadas ajudam a manter seu bebê bem nutrido.
- Descanse bastante. O descanso irá ajudá-la a se sentir melhor e pode até ajudar seu bebê a crescer. Em princípio tente dormir oito horas (ou mais) a cada noite. Da mesma forma, uma hora ou duas de descanso à tarde também é bom para você.
- Em síntese pratique hábitos de vida saudáveis.
- Se você bebe álcool, toma drogas ou fuma, pare antes de engravidar.
Fonte: WebMD, Medicina Fetal UFPR
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