Substâncias Prejudiciais para a Gravidez

Durante a gestação algumas substâncias podem ser particularmente prejudiciais. Veja em nosso post o que pode e o que não pode ser usado na gravidez.

Dr Rafael Bruns

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Algumas substâncias são prejudiciais a saúde independente da fase da vida. Outras são particularmente prejudiciais durante a gestação, podendo trazer riscos para a mãe e para o bebê. Veja abaixo algumas orientações gerais sobre o que usar e o que não usar durante a gestação.

substâncias prejudiciais na gravidez

Cigarro

O fumo é um hábito prejudicial em qualquer momento da vida. Fumar durante a gestação pode trazer complicações tanto para a grávida quanto para seu bebê.

Você sabia que 87% das fumantes que engravidam não abrem mão do cigarro durante a gestação? Se este dado, por si só, assusta, o cenário se agrava ainda mais ao incluirmos as mulheres que até conseguem dar uma pausa no vício, mas o retomam em até seis meses após o parto, elevando a estatística para 94%.

Durante a gestação as substâncias ingeridas e inaladas passam da mãe para o bebê. E assim como a nicotina é ruim para você ela também é ruim para o bebê. É esperado que o peso do bebê da mãe que fuma seja ligeiramente menor do que os bebês de mães não fumantes.

Um estudo realizado por cientistas das Universidades de Durham e Lancaster, na Inglaterra, observou durante ultrassonografias em 4-D fetos entre 24 semanas e 36 semanas de gestação. Eles identificaram diferenças nas reações de fetos de mães fumaram. Eles dizem que suas descobertas aumentam a evidência de que fumar pode prejudicar um feto em desenvolvimento.

“Os padrões de movimentos faciais fetais diferem significativamente entre os fetos de mães que fumaram, em comparação com as mães que não fumaram”, disse a principal autora, Nadja Reissland, do Departamento de Psicologia da Universidade de Durham. Veja abaixo como a movimentação do feto da mãe fumante é bem maior que o do feto da mãe não fumante.

fumar na gravidez ou gestação

Imagens de 4D de um feto de 32 semanas de uma mãe fumante (linha superior) e um feto de 32 semanas de uma mãe não fumante (linha inferior) durante um período de 10 segundos de observação.

Álcool

A ingestão de bebida alcoólica durante a gestação pode gerar danos irreversíveis ao bebê, como a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF). Essa doença não tem cura e é capaz de causar retardo mental e outras anomalias na criança. Estudos comprovam que único gole pode colocar a saúde do recém-nascido em risco, afetando principalmente o cérebro e o coração. Pois o álcool atravessa a placenta e atinge o feto, inclusive pelo líquido amniótico, que funciona como um reservatório para o álcool.

Não há qualquer comprovação de uma quantidade segura de bebida alcoólica que proteja a criança de qualquer risco. Neste caso, a gestante ou a mulher que pretende engravidar deve optar por tolerância zero à bebida alcoólica.

Alguns sinais da SAF durante a gestação são: pouco crescimento do bebê, deformidade na face e comprometimento do sistema nervoso central. Após o seu nascimento, ele também pode apresentar problemas na motricidade; comprometimento de funções nervosas e musculares; dificuldades no aprendizado, de memória, no relacionamento com outras pessoas e na fala; hiperatividade, déficit de atenção e desordens auditivas.

Além do fumo e do álcool, algumas substâncias utilizadas em cosméticos também devem ser evitadas durante a gestação. Veja abaixo os principais princípios ativos para serem abolidos durante a gravidez.

6 Princípios Ativos para Abolir na Gravidez por Serem Prejudiciais

  1. Óleo mineral e outros derivados do petróleo: dão a falsa impressão de hidratação e impedem que a pele seja, de fato, umectada. Além disso, podem causar alergia, entupir os poros e piorar um problema comum para as gestantes, a acne. Evite produtos com os termos paraffin oil, mineral oil e paraffinum liquidun.
  2. Benzofenonas e Derivados da Cânfora: comumente encontradas nos filtros solares, essas substâncias podem imitar o hormônio estrogênio. Para reconhecê-los, procure pelos termos benzophenone e 3-(4-methyl-benzylidene) no rótulo.
  3. Conservantes liberadores de formol: você já deve ter ouvido que o formol representa um perigo para a saúde. Além de irritar a pele, alguns estudos associam a substância ao aparecimento de câncer. Procure no rótulo e evite: Quáternium-15, diazolidinil urea, imidazodinil urea e DMDM Hidantoin.
  4. Conservantes Parabenos: alguns estudos mostram que os parabenos podem se ligar aos receptores de estrogênio no organismo, evitando que este hormônio conecte-se a esses receptores e aumentando seus níveis livres. Câncer de mama é uma das possíveis consequências. Fique atenta à inscrição “Paraben” no rótulo.
  5. Uréia: ela penetra profundamente na pele e pode, inclusive, ultrapassar a barreira da placenta. A Anvisa determina que produtos com uréia em concentração acima de 3% tenham a inscrição: “Não utilizar durante a gravidez”. São proibidos os que possuem ureia acima de 10%.
  6. Propilenoglicol: usado como diluente de outras substâncias, ele pode desencadear alergias e irritações. Para saber se o produto contém, procure por “Propyleneglycol” no rótulo.

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