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A maternidade é um universo repleto de descobertas. Entre tantos termos e conceitos novos que você se depara ao longo da gestação, um termo que está ganhando destaque recentemente é a “versão cefálica externa” ou simplesmente VCE. Mas afinal, o que significa essa expressão e por que ela é tão relevante no momento atual da obstetrícia? Neste post, vamos explorar o histórico, os riscos, as vantagens da VCE.
Histórico da Versão Cefálica Externa
A versão cefálica externa é uma manobra obstétrica utilizada há séculos por médicos e parteiras. Seu principal objetivo é girar o feto que se apresenta em posição pélvica (sentado) para a posição cefálica (com a cabeça para baixo), mais adequada para o parto.
A VCE é uma técnica obstétrica que, apesar de ter uma longa história, quase desapareceu na década de 1960. Naquele período, muitos profissionais da saúde ficaram preocupados com as diversas complicações que poderiam afetar o feto durante o procedimento. Porém, a história da VCE não termina aí.
A redescoberta da VCE
Ao longo do tempo, a cesariana passou a ser o método mais recomendado para os partos de apresentação pélvica. Isso ocorreu apesar de seus custos mais elevados e da maior taxa de complicações para a mãe. Devido a essa tendência, médicos e pesquisadores em todo o mundo sentiram a necessidade de revisitar a versão cefálica externa como alternativa.
Então, foi na década de 1980 que a versão cefálica externa começou a ganhar força novamente. Isso ocorreu graças ao aprimoramento da tecnologia ultrassonográfica, que trouxe mais segurança e precisão ao procedimento. Esse avanço tecnológico fez com que a VCE fosse reintroduzida em muitos centros de saúde, proporcionando uma opção adicional para as gestantes cujos bebês estão na posição pélvica.
Hoje, a versão cefálica externa é reconhecida como uma opção segura e eficaz para muitas gestantes. Com esse procedimento, mais mulheres têm a chance de optar pelo parto vaginal, evitando os riscos associados à cesariana.
A jornada da VCE mostra como a medicina obstétrica está sempre evoluindo, com o objetivo constante de melhorar a segurança e a experiência das mães. Através da melhoria contínua e do uso da tecnologia, estamos construindo um futuro onde todas as mulheres têm a oportunidade de escolher o melhor caminho para o parto.
Riscos e Vantagens da Versão Cefálica Externa
Como qualquer procedimento médico, a versão externa não é isenta de riscos. Entre as possíveis complicações estão a ruptura da bolsa, a diminuição dos batimentos cardíacos do feto, e em raros casos, pode ser necessário realizar um parto de emergência. Contudo, o risco global de complicações é baixo, especialmente quando um profissional experiente realiza o procedimento.
Do ponto de vista das vantagens, a versão cefálica externa pode evitar a necessidade de um parto cesáreo, que embora seja uma opção segura, carrega riscos inerentes a qualquer cirurgia. Além disso, favorece o parto vaginal, associado a uma recuperação mais rápida e menos dor pós-parto. Veja no vídeo abaixo como a versão cefálica externa é feita!
Indicações da Versão Externa
A versão externa é geralmente realizada entre as 37ª e a 38ª semanas de gestação, quando o bebê já está completamente formado, mas ainda há espaço suficiente para a manobra. Além disso, é importante que a placenta não esteja previa (cobrindo o colo do útero) e que o cordão umbilical não esteja enrolado no pescoço do bebê.
Vale ressaltar que nem todas as gestantes são candidatas à versão externa. Algumas condições, como gestações múltiplas, antecedente de cesárea, e algumas anomalias uterinas ou fetais, podem contraindicar o procedimento. A decisão deve sempre ser tomada em conjunto com o médico, considerando o cenário individual de cada gestante.
Entenda as Restrições deste Procedimento Obstétrico
Existem várias situações nas quais a versão cefálica pode não ser a opção mais segura para a gestante e o bebê. Aqui estão algumas das principais circunstâncias que podem contraindicar essa técnica:
- Motivos que impedem o parto vaginal: Se há alguma razão médica pela qual o parto vaginal seria arriscado, a versão cefálica também é considerada insegura.
- Hemorragia uterina ativa: Caso haja sangramento ativo no útero, a versão cefálica não é recomendada, já que o procedimento pode agravar a situação.
- Indicações anormais no traçado cardiotocográfico: Se o monitoramento do coração do feto revelar quaisquer suspeitas ou anormalidades, o procedimento não é aconselhado.
- Restrição de crescimento intrauterino com fluxometria anormal: Caso o crescimento do feto esteja abaixo do esperado e os exames de fluxo sanguíneo estejam anormais, a manobra é desaconselhada.
- Malformação uterina significativa: Se a gestante tiver qualquer anormalidade significativa no útero, a versão cefálica não é indicada.
- Hiperextensão da cabeça fetal: Se a cabeça do bebê estiver excessivamente inclinada para trás, o procedimento é contraindicado.
- Gravidez múltipla: A versão cefálica não é indicada em casos de gestações múltiplas.
- Circular do cordão umbilical apertada ou múltiplas circulares: Se o cordão umbilical estiver enrolado de maneira apertada ao redor do pescoço do feto ou houver múltiplas voltas do cordão, a manobra é desaconselhada.
É importante ressaltar que, no caso de mulheres que já passaram por uma cesariana, ainda não há evidências suficientes para afirmar que a versão cefálica acarreta um risco maior de ruptura uterina. No entanto, a falta de estudos conclusivos sobre o assunto pede cautela e avaliação individualizada por parte do médico.
A decisão sobre realizar ou não a versão cefálica deve sempre ser tomada em conjunto com o médico, levando em conta o quadro individual de cada gestante. A saúde e segurança da mãe e do bebê são sempre a prioridade.
O que fazer se a versão não der certo?
A VEC é uma técnica que melhora suas chances de ter um parto vaginal, sendo bem-sucedida em cerca de 50% das vezes. No entanto, como acontece com qualquer procedimento médico, nem sempre ela é eficaz na primeira tentativa.
Se na primeira tentativa de versão cefálica não for bem sucedida, não se preocupe. Ainda temos opções. Uma delas é tentar o procedimento novamente em outro dia. A VEC não é um procedimento de única chance, e em alguns casos, uma segunda tentativa pode ser bem-sucedida.
No entanto, se a versão cefálica não for efetiva mesmo após a segunda tentativa, outras opções de parto devem ser consideradas. Neste caso, o médico discutirá com você outras alternativas para o nascimento do seu bebê. Estas podem incluir o parto vaginal de bebê pélvico, que é uma opção segura quando conduzido por uma equipe médica experiente, ou uma cesariana planejada, que é um método comum e seguro para o nascimento de bebês na posição pélvica.
Lembre-se, o mais importante é a segurança e o bem-estar da mãe e do bebê. O médico sempre discutirá todas as opções disponíveis com você, para que juntos possam decidir o melhor curso de ação. A versão cefálica é apenas uma das muitas ferramentas disponíveis para ajudar a garantir um parto seguro e saudável.
Conclusão
Em resumo, a versão cefálica externa é uma técnica obstétrica que está ganhando popularidade e que, quando bem indicada e executada, pode trazer benefícios significativos para a gestante e para o bebê. No entanto, cada caso é único. Portanto, se você está grávida e seu bebê está em posição pélvica, converse com seu médico sobre a possibilidade de realizar uma versão externa.
Lembre-se, a informação é uma poderosa aliada na maternidade. Quanto mais você souber sobre os processos envolvidos na gestação e no parto, melhor poderá tomar decisões informadas e seguras. A versão externa é apenas uma das muitas técnicas à disposição das gestantes e médicos. Explore suas opções e encontre a que melhor se adapta à sua situação.
Agora que você já sabe o que é a versão cefálica externa, continue acompanhando nosso blog para mais informações sobre a maternidade e a gestação. Afinal, conhecimento é poder – especialmente quando se trata de trazer uma nova vida ao mundo!
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